Mangaratiba
HISTÓRICO
Proveniente da junção de duas palavras de origem indígena (“mangara” – ponta da banana e “tiba” – local onde existe abundância), a exploração do território do município verificou-se por volta de 1534, época em que foram doadas as capitanias hereditárias. A razão primordial que impediu o rápido progresso de sua colonização foi a presença dos índios tamoios, que não davam tréguas aos desbravadores, saqueando-lhes as moradias e as lavouras. Só a partir de 1619 fez o governador do Rio de Janeiro, Martim de Sá, vir de Porto Seguro índios tupiniquins já catequizados para, com os jesuítas e seu filho Salvador Corrêa de Sá e Benevides, implantar aldeamentos na região, próximo à praia denominada São Brás. Somente em 1700, no entanto, os índios construíram uma capela dedicada ao culto de Nossa Senhora da Guia, em local onde hoje é a sede do município.
De 1764 a 1818, o território da freguesia de Mangaratiba fez parte do município de Angra dos Reis, passando a pertencer a Itaguaí com a criação desse município até 1831, quando a antiga aldeia foi elevada à categoria de vila, conquistando emancipação política através do Decreto de 11 de novembro daquele ano, com a denominação de Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba. A exemplo do que sucedeu na quase totalidade dos municípios fluminenses, a escravatura exerceu um papel preponderante na formação econômica e social de Mangaratiba. Do esplendor daquela época restam poucas construções e algumas ruínas. Pelo seu porto transitavam mercadorias vindas de todas as regiões do Brasil e do mundo. Do interior de São Paulo e de Minas, afluíam os gêneros e artigos a serem exportados.
Mangaratiba também beneficiou-se do surto da expansão cafeeira como porto de escoamento da produção do Vale do Paraíba, por onde se chegava via picadas de tropeiros pela Serra do Mar, e como sede de grandes fazendas que se espraiavam até Paraty. Com o aumento da produção, tornou-se necessária a abertura de uma estrada mais larga, que foi inaugurada pelo Imperador D. Pedro II sob denominação “Estrada Imperial”. A grande dificuldade de acesso terrestre permanente e a inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, ligando o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba na segunda metade do século XIX, fez com que progressivamente minguasse a atividade comercial de Mangaratiba. A abolição da escravatura extinguiu a agricultura dos latifúndios locais resultando em quadro de total abandono.
Em 1892, a freguesia de Mangaratiba e ilhas adjacentes foram incorporadas ao então município de São João Marcos, mas readquiriu sua autonomia municipal, com a instalação dando-se no dia 17 de dezembro do mesmo ano. Em 1910, ramal de estrada de ferro, oriunda de Santa Cruz, chega a Itaguaí e, no ano seguinte, a Coroa Grande e Itacuruçá. Finalmente, em 1914, festejou Mangaratiba a chegada da primeira locomotiva que a traria de volta ao cenário econômico do Estado. A construção do Rodovia Rio-Santos, a implantação de grandes empreendimentos como o Hotel Portobello, o Clube Mediteranée e o Porto Real Resort, e os já tradicionais passeios de escuna pelas ilhas da região a partir de Itacuruçá ajudaram a consolidar o turismo como principal fonte de renda do município.
Gentílico: mangaratibano
Marcos Históricos de Mangaratiba
1534 – Devassamento do solo do Município de Mangaratiba
1615 – Martim de Sá traz Índios Tupiniquins de Porto Seguro, entregando-os a direção dos
Jesuítas para iniciarem a construção da aldeia
1618 – Construção do povoado com setenta casebres de sapê, na forma de meia-luas
1620 – Chegada de outro grupo de Tupiniquins à Ilha de Marambaia e, posteriormente ao São Brás,
onde edificaram uma capela
1764 – Elevação de Mangaratiba a Freguesia (16 de janeiro)
1785 – O Padre Salvador Francisco da Nóbrega, Pároco encomendado, inicia a reconstrução da
Igreja Nossa Senhora da Guia
1795 – Conclusão da Igreja de N. S. da Guia pelo Padre Joaquim José da Silva Feijó, à custa
própria
1831 – Mangaratiba foi elevada à categoria de Vila (11 de novembro)
1832 – Foram fixados os limites para a “Vila de N.S. da Guia de Mangaratiba” (26 de março)
1833 – Instalação da Vila de Mangaratiba (24 de maio)
1836 – Data da criação da Freguesia de Santana de Itacuruçá, pela Lei Provincial nº 63 (17 de
dezembro)
1855 – Foi organizada a Companhia Industrial da Estrada de Mangaratiba, responsável pela
construção da estrada imperial entre São João Marcos e Mangaratiba que, segundo Afonso
de E. Taunay, foi a primeira verdadeira estrada de rodagem feita no Brasil, no conceito dos
técnicos
1859 – Data da Criação da Freguesia de N.S. da Conceição de Jacareí, pelo Decreto Provincial nº
1099 (21 de janeiro)
1891 – Criação da Comarca de Mangaratiba, por efeito do Decreto nº 8 (19 de dezembro)
1891 – Extinção da Comarca de Mangaratiba, por efeito do Decreto Estadual nº 8 (19 de dezembro)
1891 – Supressão do Município de Mangaratiba, por força do Decreto Estadual nº 1 (8 de maio)
1892 – Restauração de Mangaratiba, com territórios desmembrados dos Municípios de São João
Marcos, Angra dos Reis e Itaguaí, em virtude do Decreto nº 36 (17 de dezembro)
1829 – A sede do Município de Mangaratiba é elevada à categoria de Cidade, pela Lei Estadual nº
2335 (27 de dezembro)
1931 – É erguido na Praça João Pessoa um obelisco comemorativo do 1º Centenário de Emancipação
Político – Administrativa de Mangaratiba
1949 – Foi criado o Distrito de Vila Muriqui, com o desmembramento de Itacuruçá, pelo Decreto –
Lei Estadual nº 690 (19 de dezembro)
1957 – O Termo de Mangaratiba é elevado à categoria de Comarca, pela Lei nº 3.382 (12 de
setembro)
1958 – A Lei nº 3836 confirma a situação de Comarca de Mangaratiba (10 de dezembro)
PRIMEIRA CÂMARA MUNICIPAL – 1831
• PADRE ANTONIO CORREA DE CARVALHO
• LUIZ FERNANDES MONTEIRO (BARÃO DO SAHY)
• JOSÉ CUSTÓDIO HENRIQUES
• JOAQUIM JOÃO PINHEIRO
• PADRE MANOEL AFONSO NOGUEIRA
• ANTONIO LUIZ VIEIRA
PRIMEIRA ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA – 1832
1º JUIZ ORDINÁRIO – VICENTE ALVARES TEIXEIRA RUBIÃO
2º JUIZ ORDINÁRIO – MANOEL JOÃO PINHEIRO
1º JUIZ DE ÓRFÃOS – CAP. RODRIGO JOSÉ DE ARAÚJO AZAMBUJA
1º DEPOSITÁRIO DA ÁREA DE ÓRFÃOS – JOSÉ ELOY DA SILVA PASSOS
PREFEITOS DE MANGARATIBA
1923/1927 – MANOEL MOREIRA DA SILVA
1925/1926 – ORLANDO BREVES DE ASSUPÇÃO REGO
1925/1926 – OLYMPIO MIGUEL SIMÕES
1925/1926 – JOÃO FRANCISCO CAVALCANTI
1927/1931 –1946/1947 – VICTOR DE SOUZA BREVES
1931 –> ARTHUR ANGRENSE PIRES
1931/1934 – ORESTE GAMBA
1934/1937 – 1937/1945 – JOSÉ ALVES DE SOUZA E SILVA
1934 –> TOLSTOI COELHO DE SOUZA
1945/1946 – MURILO CABRAL DA SILVA
1947 –> ENÉAS DAMASCO
1947/1951 – VICTOR DE SOUZA BREVES
1951 –> VIVALDO ELÓI DA SILVA PASSOS
1951/1955 – JOEL RUBIÃO MOREIRA
1955/1959 – VICTOR DE SOUZA BREVES
1959/1963 – SYLVIO CAETANO DA SILVA
1963/1967 – ARMANDO JOSÉ RODRIGUES
1964 –> ROBERTO OLYMPIO SIMÕES
1967/1971 – EDSON ELIAS DUMAS
1971/1973 – ANTONIO DE BARROS NETO
1973/1977 – 1983/1988 – CÂNDIDO JOSÉ DA COSTA JORGE
1977/1981 – 1993/1997 – JOSÉ MIGUEL OLYMPIO SIMÕES
1981/1983 – SEBASTIÃO QUEIROZ DE ALMEIDA
1988/1993 – EMIL DE CASTRO
1997/2000 – 2001/2004 - CARLO BUSATTO JUNIOR
2005/2008 - 2008/2010 - AARÃO DE MOURA BRITO NETO
07/10/2010 a 01/03/2011 - EDISON RAMOS
2011/2012 - EVANDRO BERTINO JORGE
01/01/2013 a 17/04/2015 - EVANDRO BERTINO JORGE
17/04/2015 - RUY TAVARES QUNTANILHA